Resenha: A Política da Prudência (Russell Kirk)
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- 18 de mar. de 2016
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Quatro vezes ao ano, de 1978 até 1993, Russell Kirk e eu íamos a Washington D. C., para que ele ministrasse conferências na Heritage Foundation. Muitas dessas conferências foram ministradas durante os anos da presidência de Ronald Reagan, quando os postos do governo eram ocupados por jovens conservadores entusiastas, ávidos por deixarem sua marca numa cidade em que reina a mão pesada da burocracia.
A audiência apreciava a profundidade e os comentários de Russell, e logo percebia que podia compreender fatos históricos e ganhar uma perspectiva clara sobre diversos assuntos no intervalo de uma hora.
Após as palestras, os estudantes vinham pedir-lhe conselho a respeito dos estudos, e os jornalistas que o entrevistavam ficavam surpresos com suas respostas eruditas.
É muito sugestivo que o último livro lançado por Russell antes de falecer tenha sido A Política da Prudência, uma seleção de conferências ministradas na Heritage Foundation ao longo de dezesseis anos. Há algo de muito apropriado no fato de Russelll falar aos jovens, pois havia nele uma notável juventude. Sua capacidade de maravilhar-se com as coisas e seu entusiasmo o tornam, ainda hoje, o mestre ideal para as próximas gerações. Sobre essas palestras, comentou Ed Feulner: “Nunca deixei de ficar surpreso com a constante multidão de jovens que parecia nunca se cansar dele. Perguntei a um dos rapazes o que os mantinha cativos e ele disse”: ‘Ensinou a todos nós o porquê de nossa tarefa ser importante, muito acima de nós mesmos e acima da política’”.
Russell não viveu o bastante para ver a publicação d’A Política da Prudência, a mensagem desses dois livros é mais necessária do que nunca. Espero que a presente edição crítica, lançada no Brasil, ajude a iluminar o caminho da nova geração de jovens inteligentes na descoberta das “coisas permanentes” e faça brotar o desejo de restaurar nossa herança comum.
Annete Y. Kirk
Presidente do Russell Kirk Center for Cultural Renewal
Ao longo de toda a carreira, Russel Kirk esteve no meio das controvérsias de sua época. Em A Política da Prudência, Kirk esforça-se por defender uma verdadeira política prudencial conservadora em oposição à política ideológica fomentada pelos que se tinham identificado como conservadores aliados, incluindo libertários e neoconservadores. Kirk expõe dez princípios, acontecimentos, livros e pensadores que definiram a mentalidade e a alma conservadoras. Também analisa as dificuldades apresentadas aos conservadores pelo aumento da centralização política e econômica, por políticas internacionais imprudentes, pela deterioração educacional e por outros sintomas de decadência cultural. Ao comemorar os vinte anos de lançamento de A Política da Prudência, a editora É Realizações traz, para o público de língua portuguesa, a presente edição crítica e anotada com a apresentação de Alex Catharino, introdução de Mark C. Henrie, e ensaios de Bruce Frohnen, Gerhart Niemeyer e Edward E. Ericson Jr.
Alex Catharino
O Sr. Kirk Conseguiu, numa sucessão de livros que provaram ser acadêmicos e populares, [...] fazer com que a voz de um pensamento conservador inteligente e vigoroso fosse respeitada neste país.
Flannery O’Connor, Romancistas e ensaísta norte-americano
A influência de Russell Kirk em Washington, D. C., será muito maior que a da maioria dos políticos transitórios que chegam à cidade ano após ano.
Edwin J. Feulner, Fundador e Presidente da Heritage Foundation
Dr. Kirk ajudou a renovar o interesse e o conhecimento de uma geração por essas “ideias verdadeiras”, essas “coisas permanentes” que são a base e a infraestrutura intelectual do renascimento conservador em nossa nação. Levou os norte-americanos a encontrar o sentido do mundo político que os rodeia e a conseguir lidar com os problemas universais da experiência humana.
Ronald Reagan, 40° Presidente dos Estados Unidos
O livro de Russell Kirk é essencial para aquelas pessoas que acham que conservadorismo seja “manter tudo como está” (inclusive as coisas ruins), ou seja, que aceitam bovinamente a pecha imposta pelo discurso de esquerda na América Latina.
As palestras proferidas por ele na Heritage Foundation mostram a essência do pensamento conservador ao abordar os erros da ideologia, apontar dez princípios conservadores, dez acontecimentos conservadores, dez livros conservadores, dez grandes conservadores, a política de T. S. Eliot e muitos outros temas de relevância.
Alguns desses temas são especialmente importantes para o estabelecimento de conceitos corretos sobre o conservadorismo. Menciono aqui três: primeiro, a afirmação do conservadorismo como uma não-ideologia (sim, também fiquei surpreso); segundo, as diferenças entre conservadores e libertários; e terceiro, o conservadorismo como elemento firme e entranhado na população.
A profundidade e a amplitude dos temas que Russell Kirk trata em A Política da Prudência é impossível de ser demonstrada nestas poucas linhas, mas será uma verdadeira viagem de conhecimento, muito bem escrita e, por isso, fácil de assimilar para qualquer um que se disponha a entender o conservadorismo sem o viés do “manter tudo como está”, sendo que ao final vai entender que o “Mago de Mecosta”, como era conhecido Kirk, nos deixou de herança um verdadeiro guia para atravessar o deserto da ideologia.
Sem dúvida nenhuma, vale as cinco coxinhas 🍗🍗🍗🍗🍗
Adriano Macêdo
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