Resenha - Não, Sr. Comuna - Guia para desmascarar as falácias esquerdistas (Evandro Sinotti)
- Adriano Macêdo
- 25 de fev. de 2016
- 2 min de leitura

Quando eu disse que leria o “Não Sr. Comuna – Guia para desmascarar as falácias esquerdistas” de Evandro Sinotti me avisaram que esse seria um livro “raso” e até que seria perda de tempo fazer sua leitura.
Bom, perda de tempo não foi, mas quanto a ser raso, é e não é...
O divisor de águas está, na verdade, antes da leitura do livro, ou seja, no próprio leitor. É um livro com um objetivo bem claro e simples: convencer e orientar os leigos em política, sejam jovens ou pessoas de mais idade, desmascarando falácias esquerdistas (23 repassadas ao longo da obra), numa linguagem simples, direta e bem dosada.
A leitura é rápida e bem fluida. Li numa manhã as 215 páginas, mas sem precisar fazer as minhas (muitas) anotações costumeiras, pois como está tudo muito bem dividido por assunto fica muito fácil achar depois “aquela” informação que você vai jogar, com um sorriso sádico-reacionário-do mal, na cara do esquerdista-carneirinho-idiota útil (já que convencer os lobos vermelhos é pura perda de tempo – a única alternativa é mesmo desmascará-los. Ponto).
A diagramação do livro é boa, bem como a revisão (mas tem umas vírgulas chatinhas, sim) e os desenhos em cada capítulo são legais, feito para o público jovem, com muito bom humor. Lembra, nesse ponto, a série “Guia Politicamente Incorreto”. Daí, entender-se mais facilmente a crítica do “raso”, vinda de alguém que já leu coisas bem mais profundas do liberalismo ou do conservadorismo.
Isso não impediu que Sinotti fizesse muitas citações interessantes e pertinentes, sempre buscando elaborar o desmascaramento da falácia-tema de cada capítulo com argumentos muito bem embasados. Senti falta de alguns temas, como o desarmamento civil, o laicismo e o aparelhamento estatal, bem como notei algumas falhas, como às vezes ele não dar nomes aos bois, caso da estratégia das tesouras, que tem seu "modus operandi" demonstrado no capítulo 19 mas sem ser textualmente mencionada e sem ser indicada a sua fonte primordial: Lenin.
À propósito, os melhores capítulos do livro, na minha opinião são justamente aqueles em que Evandro Sinotti se dedica a resumir, com muita competência e boa bibliografia, as questões que envolvem a Escola Austríaca de Economia e, com menos profundidade, as questões conservadoras a partir de Edmund Burke. O tom econômico predomina e talvez haja espaço para um maior aprofundamento na cultura em futuras edições.
Lembremos que o livro é um guia e, como tal, cumpre bem a sua tarefa. Eu o enquadraria no mesmo nicho do “Mentiram e Muito Pra Mim”, do Flávio Quintela, mas com menor brilho. Talvez uma edição revisada e melhorada venha a tornar esse livro, no futuro, um verdadeiro portão de entrada para o conhecimento liberal e conservador, devendo ser dito que Evandro Sinotti optou por criar sua própria editora para lançá-lo, via crowdfunding, e somente agora está chegando em algumas grandes livrarias, como a Saraiva, onde o comprei. Nesse ponto, seu trabalho tem sido de formiguinha, mas atômica!
Diante disso, o Não Sr. Comuna vale as quatro coxinhas de média (seriam duas se você for versado nos temas que ele trata e cinco se for um neófito na mentira esquerdista).
🍗🍗🍗🍗
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