Resenha - A Formação da Cristandade - Das origens na tradição judaico-cristã à ascensão e queda da u
- Adriano Macêdo
- 14 de jan. de 2016
- 2 min de leitura

Finalizei há pouco a leitura de A FORMAÇÃO DA CRISTANDADE – Das Origens na Tradição Judaico-Cristã à Ascensão e Queda da Unidade Medieval, de Christopher Dawson, publicado pela É Realizações, com tradução primorosa de Márcia Xavier de Brito e Posfácio de Alex Catharino.
Eu ainda fico impressionado como obras desse quilate simplesmente ficaram décadas fora do alcance dos brasileiros graças à muito bem montada estratégia da esquerda gramsciana, de simplesmente sufocar não apenas as publicações de cunho liberal, mas PRINCIPALMENTE as obras conservadoras. E essa é uma obra conservadora primorosa.
Dawson, um erudito galês compatível, dadas as devidas proporções, com gigantes como Russell Kirk, T. S. Eliot e Edmund Burke, foi professor de Harvard e publicou este livro em 1967, que junto com o A Divisão da Cristandade, publicado em 1965, formariam uma trilogia inacabada, com o inédito O Retorno da Unidade Cristã, cujos manuscritos repousam na Biblioteca de Harvard até hoje.
Acertadamente ele afirma que é impossível compreender o cristianismo sem o estudo da história do cristianismo.
E que história! Partindo primeiramente de uma abordagem geral do Cristianismo, da Cultura e da Teologia, Dawson resgata desde a formação dos primórdios cristãos até a sua concatenação com a filosofia grega e o império romano, com a conversão dos povos bárbaros e, no ponto alto do livro, desenvolve todo o contexto medieval da cristandade, com sua ascensão e declínio. Não esquece da era carolíngia, do período feudal, bem como da ruptura entre as igrejas do Ocidente e do Oriente, as crises do papado e o modo como se deu finalmente o declínio da unidade medieval. Sem falar da análise muito honesta dos escolásticos feita no livro e sua contribuição para a formação e solidificação da cristandade.
Mas, no final do livro este parágrafo me chamou a atenção, quando Dawson, falando das acusações sofridas pelo cristianismo, diz:
“Ao longo da história sempre encontramos situações semelhantes, em que os inimigos do cristianismo ou catolicismo são também inimigos do humanismo; mais do que nunca hoje, quando o principal ataque ao cristianismo vem do comunismo e de outras formas de totalitarismo secular, todos declaram lealdade à causa da humanidade, mas na prática tratam os seres humanos impiedosamente com materiais descartáveis nos planos da engenharia social”.
Existe algo mais atual do que isso em tempos bolivarianos?
A Formação da Cristandade vale cada uma das cinco coxinhas que lhe atribuo!
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