Resenha - A Coerência das Incertezas - Símbolos e mitos na fenomenologia histórica luso-brasileira (
- Adriano Macedo
- 19 de dez. de 2015
- 2 min de leitura

Vai agora uma breve resenha desse livro que é um grande desafio para os leitores menos acostumados com determinado tipo de construção intelectual.
“A COERÊNCIA DAS INCERTEZAS - Símbolos e Mitos na Fenomenologia Histórica Luso-Brasileira”, escrito por Paulo Mercadante, que é o autor do clássico "A Consciência Conservadora no Brasil", não é, decididamente, um livro fácil.
Tanto é assim que Olavo de Carvalho, que assina a introdução, edição de texto e notas, deixa claro que "este livro de Paulo Mercadante tem, sobre a alma brasileira, um efeito nitidamente curativo.
Não que esse efeito seja fácil de obter. A leitura dessa obra é por vezes árdua (...) requerem um leitor capaz daquela compreensão criativa sem a qual a mágica não se realiza (...) de abrir uma passagem para o sentido da vida. Este é, pois, para quem o saiba ler, um livro de sabedoria".
Que dizer senão, mais uma vez entre tantas, que Olavo tem razão...
Não é uma simples leitura.
É um turbilhão de informações que vão da vida cotidiana, da história, da geografia, da literatura, das artes, até a matemática, a física, a teoria quântica, a teologia e tantas outras disciplinas. Brasil e Portugal são radiografados com intensidade em suas histórias e contradições.
Os capítulos IV e V são quase indevassáveis, afinal a teoria de Heisenberg, o comportamento de fótons, neutrinos, pósitrons, mésons, mais a teoria da relatividade de Einstein e teoria newtoniana, tudo num saco só e com reflexos na vida concreta exige muito mais do que um mero leitor de Stephen Hawking, Isaac Asimov e Carl Sagan é capaz de assimilar.
Mas há capítulos mais fáceis, como o que análisa o período pombalino, o que analisa o obscurantismo da social-democracia, o utilitarismo e mais alguns outros.
Mas tudo, fiquem cientes, sempre em formato espiral, indo e voltando ao mesmo ponto de partida, dentro de um complexo de símbolos que se alteram ao longo do tempo.
Comentei entre amigos que de 10 pessoas que se dispuserem a ler esse livro acredito que apenas 3 realmente o terminarão e desses, apenas 1 o entenderá completamente. Fico feliz de estar entre os 3 e isso já me basta.
Portanto, considerando o público capaz de compreendê-lo e os objetivos que esse livro tem e a forma como foi escrito, mereceria nota máxima em outro contexto, mas aqui, dadas essas condições, somente posso atribuir-lhe três coxinhas, infelizmente...
🍗🍗🍗
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